terça-feira, 30 de junho de 2015

Ao futuro .'.


AO FUTURO .'.

Chegando ao futuro, além das cartas, percebo a preocupação dos entes da era tecnológica em relação ao capital virtual. O capital emergente na era da cibercultura e do ciberespaço. As informações, conteúdos, conversações, produções, registos, vivências e memórias, compartilhados em rede. 

As empresas reguladoras do ciberespaço, acumulam influência nos interesses dos usuários da rede. Detendo controle daquilo que é postado na internet. Afetando o equilíbrio emocional dos espíritos, através da dependência midiática. desestabilizando emocionalmente quem tem o acesso, aos respectivos conteúdos, restrito. 

Mais de um século do surgimento da internet, os grandes servidores e provedores, reconhecem o poder acumulado. Tendo armazenado os registros, histórias e memórias, de povos inteiros. Restringindo e permitindo o acesso de quem for autorizado. Pelo custo que impõem. Fazendo da informação, do conhecimento compartilhado e da acessibilidade, os bens mais preciosos no Mundo Tecnológico.


Juliano Dornelles
Site pessoal www.pazdornelles.com

sábado, 20 de junho de 2015

Apresentando o piano ( e minhas recordações e ilações, junto a ele )



O piano é um instrumento nobre e apenas sua visão nos transporta aos célebres músicos eruditos tais como Bach, Mozart, Beethoven, Schubert, Liszt, Brahms. Nos vemos em salões de Viena em meio a valsas, minuetos, mazurcas. Quem ouve o som de um piano lembra de anjos dançando, de um mundo de magia onde as fadas se espreguiçam e se acordam para habitar os livros de histórias infantis.  Ou visualiza os duendes acordando os sete anões para dizer a eles que Branca de Neve está demorando para voltar para casa.

Chamo as teclas brancas de plebeias e as pretas de nobres.

Sempre pensei que somos um pouco de tudo e que necessitamos nos completar, uns aos outros. Quando as teclas pretas são chamadas para harmonizar, a melodia se torna expressiva e atinge o seu apogeu. Os tons menores precisam das teclas pretas para expressar sua tristeza. Aos tons maiores cabe expressar alegria. Os tons menores finalizam com um sentido de suspensão, algo inacabado como se faltasse mais um acorde. Os tons maiores finalizam com determinação e não deixam dúvidas de sua resolução.

Em nossa vida, ora somos Dó maior, ora Dó menor. As vezes alegres e outras tristes, mas nunca só alegres ou só tristes.

Estar feliz ou triste é uma permissão que damos a nós mesmos, por nossa livre escolha, por nosso modo de ver a vida.

Mas seja qual for a hora que estivermos vivendo a vida se nos exige continuidade e constância.

Quando nos encolhemos em nossas angústias ,sentados no chão, pendendo a cabeça sobre os joelhos, então é porque estamos nos tornando um Dó diminuto. Quando cantamos bossa nova com nova postura e um novo olhar, tentando colher as estrelas do céu, então é porque nos sentimos um Dó aumentado, em toda plenitude E, certamente, João Gilberto, Vinicius de Morais e Tom Jobim ergueriam sua taça para brindar conosco.  Quando o riso nos vem leve e solto estamos nos transformando numa escala cromática brincalhona e saltitante. Se pisarmos em ovos o andamento é lento; se andarmos rápido é presto; se corrermos na chuva de verão é prestíssimo; se cantarmos para ninar a criança nos transformamos em adágio; se sambarmos na casa de bamba, estaremos no Brasil e a gafieira pedirá passagem. Se estivermos vivendo um grande amor estaremos vivendo o Bolero de Ravel, em toda sua intensidade.

A música é criativa e nos acompanha em todos os nossos passos. Pertence a todos os povos de todos os continentes.

Tenho a felicidade de ter um piano em minha sala e acima dele uma pintura à óleo de Frederico Scheffel, um talento do Rio Grande do Sul, que fez sua fama nos países europeus. A tela remete ao Rio de Janeiro ,ano de 1951, quando lá morei com meus pais. Retrata minha mãe,no auge da beleza, aos trinta anos. Sua presença ali, junto ao piano, é um modo de tê-la comigo para dedicar-lhe as músicas que me pedia para tocar.

O piano encanta a todas as gerações É um privilégio tocá-lo, ouvi-lo, abrir sua tampa ao entardecer, para então abrir as comportas da emoção, através de um som inigualável em beleza. Quando a tampa se fecha saímos embevecidos e de alma leve, sem querer sair.

Saímos do mundo do sonho, bruscamente, ao ouvir um dos filhos, poe exemplo, gritar, inquieto:

- Mãe, precisa fazer mais feijão !

Que sensível diferença entre esses dois mundos!

Que mundo prosaico nos aguarda onde a realidade nos atropela com outros compromissos inadiáveis em nome de nossa responsabilidade e competência !

Mas a fuga também se faz inadiável:

- Filho, está pronto o feijão.

E assim dizendo volto a sonhar Chopin, o meu compositor preferido.

Katia Chiappini 
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quinta-feira, 18 de junho de 2015

Discernimento



A moralidade emerge do conflito dos desejos. Agimos majoritariamente de acordo com o que nos proporciona maior satisfação pessoal. Nas situações em que questionamos a prioridade frente ao leque de alternativas, costumamos optar pelo mais prazeroso (imediato) ou pelo mais compensador. Há situações em que nos movemos pelo prazer momentâneo (como no lazer); Enquanto há casos em que nos impulsionamos pelos objetivos a médio e longo prazos (como no trabalho, nos estudos, na reeducação alimentar e nas atividades físicas com fins de melhoramento estético e performático).

O fato é que a maturidade nos induz a escolhas mais racionais do que a adolescência. Do mesmo modo que, no período da infância, nos movemos predominantemente pelos impulsos instintivos (em formação). À medida que conhecemos os prazeres e deveres do mundo adulto, cresce a reflexão sobre o que é mais satisfatório, edificante e produtivo. Contudo, mesmo quando nos tornamos extremamente criteriosos na hora de decidir, os instintos continuam presentes na natureza animal do Sapiens Sapiens.

Decidir que decisões tomar e que escolhas fazer se torna uma atividade cotidiana. Por vezes executada dentro de um contexto de racionalidade na configuração de cronograma meticuloso e rotineiro. Ao contrário dos impulsos do instinto que surgem em tempos vagos. De algum modo, ser prudente é virtude essencial na hora de fazer escolhas. O equilíbrio entre a razão e a emoção continua sendo o melhor caminho. Discernir é um modo de agir com temperança. Assim começamos a compreender a alquimia do bom combate.


Juliano Dornelles 

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segunda-feira, 1 de junho de 2015

Categorias

Essência e Transcendência 
Pluralidade e Unidade Singular

As categorias aristotélicas estão diretamente ligadas à exploração da natureza linguística gramatical. Substância está para o substantivo do mesmo modo que qualidade e quantidade estão para o adjetivo. Neste contexto, encontramos os advérbios que exprimem tempo e lugar; A intransitividade, no estar; A passividade, no sofrer; E a voz ativa, no fazer.

Contudo, a mistura de critérios lógicos e filológicos extrapola a indicação de propriedades específicas. A unidade revela a complexidade da comunhão dos opostos, contrários e inversos; Na simplicidade da conexão entre o que aparentemente se apresentaria como desconexo.

Apesar de desconcertante a defesa de tal pluralidade singular, considerando a natureza ontológica das categorias, a física quântica nos permite crer e testemunhar a materialização física das propriedades metafísicas (pensar e sentir). A potencialização e a virtualização das faculdades cognitivas ocorre de forma conjunta, possibilitando a transcendência alquímica na essência do ser. 

Juliano Dornelles

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