sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Filosofando .'.


NOVOS SINCRETISMOS .'.

Apóstolos do novo sincretismo, revelam-se planetas do Zodíaco; Antropomorficamente humanizados; Juntos da beleza que descende e origina os seres vivos .'.

A um deles, a guerra em punho e bons ares a favor do vento; A um deles, as leis da pesca, as chuvas, os rios e os mares; A um deles, o fim (e o inicio) dos tempos (causas e consequências de atos, punidade e absolvição, caminhos da salvação, raio e trovão) .'.

Juntos, na luz do amor, o Sistema Solar .'.


PROVAÇÕES .'.

A jornada nos coloca frente a desafios cotidianos, a fim de entender se estamos prontos para o que realmente viemos fazer aqui .'.

Estar ciente de tais testes, é o primeiro requisito para vencer .'.

Entendendo que precisamos evoluir continuamente .'.

J.P.D.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Organizações - Conhecimento e Informação


Na sociedade da informação, cada vez mais, conhecimento é poder. É pelo conhecimento que se definem as estratégias administrativas gerenciais. O mundo empreendedor reque soluções integradas de comunicação e tecnologia. O desenvolvimento científico é base ao progresso em tempos tecnológicos. A comunicação estratégica é construída através da integração de informações multidimensionais .'.

Entender públicos, tendências e mercados. Entender a moda; O que a miscigena e transcende. Explorar culturas distintas; E o que as extrapola. Compreender os aspectos sociais, cultuais, éticos, morais, ambientais e demográficos. Entender que este texto é mais do que uma 'apropriação assumida'. É uma releitura de contextos descontínuos de comunicações lineares e distribuídas. A rede transborda além dos direitos autorais. As fontes se intercruzam. Os dados se relacionam. Se encontrando nestas linhas .'. 

A fuga do tema; O drible da norma; A quebra da regra. A poesia, a filosofia e a magia. Mais fácil aceitar se evitamos questionamentos; Melhor o que está aberto do que o maniqueísmo; O que está oculto por ser subliminar. O que, aparentemente, mostra-se descontextualizado, sendo observado, em contexto singular, pelo 'bom entendedor'. Há sentido no que se expande e anda em várias direções. Expirais se distinguem de elipses; Luas imaginárias são apenas satélites a refletir a luz de astros luminosos .'.

Enquanto questionamos a legitimidade da autoria de semideuses; Enquanto investigamos a credibilidade da fonte dos mártires; Ou avaliamos a autenticidade da jornada de heróis; Pessoas comuns do cotidiano; O autor, criatura, aproxima-se do criador; Como ser semelhante; Garimpando a ordem em pensamentos que emergem do caos interpretativo .'.

Parábolas; Metáforas; Figuras de linguagem. Caminhos implícitos em uma composição musical. Óbvio; Conhecimento é poder. Por vezes, oculto; Translúcido; Opaco. Carece de ser organizado; Orientado; Configurado em métodos técnicos. A fim de produzir efeito, sentido, significado na significância. Na eficácia; Na eficiência; Nos sistemas de filosofia da ciência. Colaborativamente; Cooperativamente; Ou gerencialmente conduzido. Forjar hierarquias, em redes distribuídas, é como encontrar a cabeceira em távolas redondas .'. 

J.P.D. 

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Vênus; Deusa do amor



As referências a esse planeta forma encontradas nos manuscritos da antiguidade, notadamente, entre egípcios, caldeus, chineses e demais povos remotos.

O planeta Vênus é envolto em nuvens e intensamente luminoso. Ao despertar do dia aparece como a Estrela Matutina e ao cair da tarde é intitulado de Vésper.

Ele possui numerosas e sugestivas denominações, tais como,Estrela dos Pastores, Lucífera, Afrodite, Sukra (o esplendor ),Daitya-guru ou ( mestre do titã),Vennon-he-siri ( O pássaro de Osíris ), Pinouter-ti ( o deus da manhã ), Phosphoros ( Estrela Matutina ) e Hésperos ( estrela vespertina ).

Depois do sol e da lua, é o astro mais brilhante do céu, dentro dos limites do sistema solar. Pitágoras, Homero e numerosos sábios antigos e modernos estudaram Vênus com grande interesse. Homero dedicou-lhe lindos versos.

Vênus está situado entre a terra e o sol e jamais se afasta muito do astro rei. Tem fases como a lua e apresenta uma cor prateada que se destaca no fundo do espaço.

Vênus foi alvo de  sondas de fabricação terrestre, russas e norte-americanas, que revelaram importantes características de seu contorno  e superfície. Além do significado que possa ter para a ciência, Vênus, na mitologia, era a deusa do amor, filha de Urano, nascida das espumas do mar. Foi conduzida ao Olimpo e apresentada aos deuses, entre os quais se elevou um clamor de admiração por sua beleza deslumbrante. Tornou-se o símbolo da feminilidade. Detentora do poder de satisfazer anseios amorosos e de inspirar violentas paixões,Vênus tem um domínio encantador, suave, mas absoluto.

Vênus rege a vida primaveril e a renovação da existência.

Educada e criada pelos'' Musas,'' tornou-se inspiradora dos artistas, dos poetas e de todos aqueles que foram capazes de aprisionar um amor grandioso.

Cultuada nos tempos antigos, seus altares eram ornamentados com belas flores e,de modo especial, com maçãs e romãs.

Quando Vênus rege a nossa vida e nos incentiva, é chegado o momento de querer bem, de se apaixonar e flutuar nas ondas da paixão. Suas cores são: azul,verde e rosa. O azul simboliza o eterno, o verde é a cor da criação e o rosa significa fortuna e prestígio.

Quando dizemos que nosso amor é um presente de Vênus queremos dizer que é tempo de amar. Porque o amor não pode se deixar ficar em inanição e nem hibernando nas quatro estações.

Vênus vem para liberar e canalizar as energias próprias do amor.

Vênus vem como mensagem  a todos aqueles que amam e que buscam expressar seus sentimentos.

Vênus vem para anunciar que não só as palavras são suficientes para acalentar um grande amor.

Estar em estado de Vênus é estar num momento mágico. É deixar falar uma voz vinda das profundezas do ser, é um conto de amor que ainda não se tornou uma serenata à janela do ser amado.

Todos temos o direito de ter um amor secreto, particular e único.

E,se caso  o segredo permanecer oculto, que o seja, em nome de um amor que não quer ser maculado.

Os poetas e os artistas, em suas diversas manifestações, expressam de maneira exaltada, esse sentimento que chamamos de amor, através da música, da pintura, da escultura, da serigrafia e das rimas nos versos calorosos e impregnados de sonhos ou de uma realidade contida, pálida e ainda constrangida.

Mas antes que sejamos arrastados pela correnteza do mundo e pela ressaca do Universo, precisamos ser motivados por um olhar profundo, por um sorriso que fala, por uma paixão explosiva.

E, esmagados por um gesto único e previsível, na intimidade, precisamos viver um grande amor.

Enquanto um futuro incerto vai engolindo as horas, precisamos enganar o tempo e penetrar no templo de Vênus.

Diz um notável pensador  que quando um homem segura a mão de uma mulher, com força, e essa lhe corresponde com o aperto de mão e com o olhar, nesse momento, ambos se unem na eternidade.

Eu espero há oito anos por um aperto de mão dessa magnitude!

E essa simples espera já me fez sonhar que o tive, E de tanto sonhar vai se tornar real como quem acredita numa mentira e a torna sua verdade.


Katia Chiappini

Pensadores .'.


Com a revolução industrial, as fábricas racionalizaram medidas que revolucionaram a produção de bens de consumo. Ações que originaram uma corrente de mudanças graduais com o tempo. A divisão de tarefas em linhas de montagem; O trabalho cronometrado; A terceirização de serviços; Os prêmios por produtividade; As diferentes formas de controle de qualidade; A evolução das leis trabalhistas; A segurança do trabalho; A valorização do capital social dos recursos humanos; A produção colaborativa; etc. Ações determinantes na recriação das relações sociais.

A evolução societária é diretamente proporcional aos mecanismos utilizados na produção de riqueza. Influenciada pelos dogmas religiosos e pelo sistema de governo. Dos feudos aos burgos; Das tribos às metrópoles e distritos industriais. O capitalismo emerge como modo dominante. Revitalizando a lei do mais forte em um mundo onde conhecimento é poder. Ao mesmo tempo que ter boas conexões é fator diferencial. Vivemos em uma sociedade em rede. Um ecossistema biotecnológico onde emergem as formas artificiais de inteligência.

Enquanto nos esforçamos na tentativa de trabalhar em prol da coletividade, o individualismo se torna evidente nas disputas ideológicas. Impulsionado pelo isolamento presencial (causado pelo crescimento proporcional das interações mediadas). Neste sistema, em meio à heterogeneidade de um ambiente plural e cosmopolita, ainda existem ideologias dominantes e unilaterais conduzindo a massa passiva de formigas operárias. Apesar de saber disso, a maioria hesita em contestar os conceitos superados de tempos remotos em nome da obediência hierárquica.

Apesar de tal realidade ser fato, o ciberespaço proporciona a possibilidade de construção de novos conceitos; Da revelação de novos caminhos; Da defesa de visões distintas em relação a temas importantes e determinantes no desenvolvimento coletivo e individual. Independente da formação, internautas  (pensadores do cotidiano, cronistas, críticos, autobiográficos, narradores, opiniáticos, estudiosos autodidatas e formadores de opinião) registram, nas mídias sociais, o manifesto de um novo tempo.

A convergência midiática, impulsionada pelos meios tecnológicos ubíquos de comunicação, aliada à conectividade, à interatividade, ao saber coletivo virtualmente compartilhado, nos conduzem ao império emergente dos prossumidores. Em um universo em que a iniciativa, a produtividade, a capacidade de produção de conteúdo alternativo, próprio e independente (livre de padrões pré-formatados e ideologias unilaterais) se torna o grande diferencial a quem tem a ousadia e a coragem de fazer os contrapontos necessários.

Juliano Dornelles 

quarta-feira, 29 de julho de 2015

As mãos que nos amparam



A utilidade das mãos se estende sem que tenhamos a ideia exata dos benefícios que nos prestam durante toda a vida.

Elas amparam o recém-nascido e as mães as usam para direcionar o bebê junto ao seio, logo ao nascer.

Mãos acariciam os amantes no leito. Mãos alcançam o remédio do idoso, banham os doentes, acompanham os cegos ao atravessar a rua.

As mãos do maestro cantam a vida enquanto regem a orquestra. E instrumentistas e coralistas usam as mãos para ajeitar a partitura.

Há mãos que pintam quadros, que fazem escultura, xilogravura.

Há mãos que correm em cena aberta, nos teatros. E representam cenas de autores famosos e recebem as palmas de outras mãos das plateias atentas, onde o silêncio é absoluto.

As mãos das bailarinas dançam tanto quanto os seus pés, em movimentos suaves e de uma beleza plástica incontestável.

As mãos dos escritores se agilizam nos teclados do computador. Dessas mãos brotam poemas, contos, crônicas, ensaios, romances épicos, bibliografias de vultos de renome universal. São as mãos poéticas que provocam os mais lindos momentos de sonhos e fantasias. E, desses livros, os cineastas buscam a inspiração para suas filmagens. E fabricam rolos de filmes até completar sua obra.

Há mãos de fadas, como as de minha avó. Mãos hábeis na confecção de colchas e toalhas de mesa, em croché e em tricô.

As mãos seguram o bisturi na cirurgia. E a água da torneira jorra sobre as mãos do médico, para evitar contaminação.

As mãos são o olhar dos cegos e a linguagem dos mudos.

A mão se posiciona para receber a aliança de casamento.

As mãos envolvem num abraço as amizades sinceras para sedimentá-las.

Há mãos que pegam na enxada, que lavram a terra para plantar e colher e que trabalham de sol a sol nas hortas e nos pomares.
E colhem flores para enfeitar o lar.

Outras mãos são demoníacas como as dos carrascos que ceifam vidas.

A mão serviu à Judas para que se enforcasse.

A mão do Imperador de Roma, com um simples gesto, sugeria vida ou morte para os cristãos que lutavam na arena.

Pôncio Pilatos lavou suas mãos como um gesto simbólico de quem não queria ser cúmplice da morte de Cristo.

A mão fechada e erguida é sinal de força e poder. É a mão da ditadura que mata e desaparece com os cadáveres.

As mãos que empurravam as vítimas do holocausto nos campos de concentração foram mãos repulsivas.

As mãos que gesticulam ao gritar as palavras de ordem, nas batalhas,onde jovens soldados perdem suas vidas, são abomináveis.

E as mãos de Jesus Cristo foram, injustamente, pregadas na cruz.

Há mãos de cera nos museus e mãos sem vida nos túmulos.

Há mãos de colarinho branco que roubam a Nação e ficam impunes. Essas mãos denigrem o país e enterram as esperanças de um povo sofrido, mas que ainda se debate e segue sua jornada.

Em contrapartida, há mãos que seguram o discurso de formatura e juram prestar serviços profissionais e humanitários em sua carreira.

São mãos de jovens esperançosos .E as mãos que prestam serviço voluntário, são mãos de fé que se unem para ajudar o semelhante.

O papa Francisco pediu, em sua última encíclica, que os homens se preocupassem com o eco-sistema e coibissem os movimentos predatórios do planeta.  E salientou a inviabilidade da vida na terra se não houver ,em tempo hábil, a contensão do aquecimento global e a continuidade dos esforços pela preservação do ar e das águas, cada vez mais poluídos. Falou do desmatamento e agressões que a terra vem sofrendo, inclusive de grupos estrangeiros de várias nacionalidades: invasores e oportunistas.

Nos resta apoiar esses grupos e colaborar de alguma forma para preservar o ambiente em que vivemos com nossas famílias.

E vamos esperar que, um dia, seja formada a ciranda do bem, onde as mãos unidas possam abraçar o mundo, para protegê-lo de outras mãos predadoras e inescrupulosas.

Porque num futuro próximo queremos estar em boas mãos.

Katia Chiappini

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Socialização


Libertar-se de vícios, e hábitos destrutivos, requer mudanças drásticas de atitude. O consumo compulsivo de substâncias químicas compromete o equilíbrio físico, mental, emocional, psicológico e espiritual. Diferentemente do consumo social e moderado, o vício, assim como a compulsão obsessiva, é notado quando o adicto sente a falta de sua droga de preferência; Ou consome em demasia. Seja o álcool, o tabaco, a cannabis ou os derivados da coca .'.

Da mesma forma que o consumo de cafeína, açúcar, sal, carbo-hidrato ou proteína animal, o hábito de beber, por exemplo, merece atenção. Pois, nos casos de dependência química, principalmente, quando afeta a estabilidade emocional e, respectivamente, as atividades cotidianas, se converte em algo oposto à socialização. Sendo, a libertação do consumo, o resgate da marginalização. Iniciando um processo de inclusão do adicto em recuperação, como cidadão, no mundo das oportunidades de crescimento .'.

Existem hábitos, ambientes e companhias, que influenciam atitudes distintas. Em uma academia de musculação, por exemplo, é mais comum ouvir falar de reeducação alimentar, e qualidade de vida, do que em uma mesa de bar. De outro modo, em uma mesa de bar, é mais fácil deparar-se com o tráfico de drogas do que em um ambiente de trabalho ou estudo. Em resumo: Comportamentos, assim como ambientes e companhias, saudáveis e construtivos, induzem a caminhos saudáveis e construtivos. Enquanto, o contrário, ocorre de modo semelhante .'. 

Juliano Dornelles

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Soneto


SONETO

Soneto significa pequena canção ou pequeno som ,de forma literal.
E trata-se de um gênero lírico de origem italiana.

Giácomo de Lentino ( 1210-1260 ) e Francesco Petrarca no século XIV são os precursores do soneto.

O soneto possui dois quartetos e dois tercetos, ou seja, é formado de quatro estrofes, que é o conjunto de versos. Possui dez sílabas poéticas em cada verso, ou doze, excepcionalmente, quando se chama de dodecassílabo. É formado por 14 versos, em regra.

O soneto pode ter as rimas entrelaçadas quando essas se apresentam no primeiro e no quarto verso e depois rimam no segundo e no terceiro verso. 
Nas rimas alternadas o primeiro verso rima com o terceiro e o segundo com o quarto.

Na rima emparelhada temos a rima entre o primeiro e o segundo e o terceiro verso rima com o quarto.

O soneto possui ritmo ,rima ,métrica,sonoridade e uma dinâmica melódica e poética.

Dante Alighieri, autor da Divina Comédia, compôs sonetos para Beatriz, seu amor impossível.

Luiz Vaz de Camões escreveu diversos sonetos de amor e os imortalizou em língua portuguesa.

William Schakespeare, além de teatrólogo, desenvolveu o soneto em inglês, diferindo da composição original de Petrarca. Compôs o soneto em três quartetos e um dístico.

Charles Baudelaire escreveu sonetos e divulgou os versos alexandrinos em  ''Le Fleurs du Mal.''
Alguns sonetistas em língua portuguesa são;

Augusto dos Anjos, Cláudio Manuel da Costa.Glauco Mattoso, Gregório de Mattos Guerra, Cruz e Souza, Manuel Maria de Bocage, Olavo Bilac, Vinicius de Moraes, Chico Buarque de Holanda, Antero de Quintal, Florbela Espanca.

O soneto fala de sentimentos profundos e emociona quem os lê com empatia e concentração.

É uma forma de escrever os versos com certa originalidade e emoção que transborda leve e com ternura.

Escrevi um soneto com a rima entrelaçada,onde o primeiro verso faz rima com o quarto e o segundo com o terceiro.

Ver soneto ( clique aqui )

Katia Chiappini

terça-feira, 30 de junho de 2015

Ao futuro .'.


AO FUTURO .'.

Chegando ao futuro, além das cartas, percebo a preocupação dos entes da era tecnológica em relação ao capital virtual. O capital emergente na era da cibercultura e do ciberespaço. As informações, conteúdos, conversações, produções, registos, vivências e memórias, compartilhados em rede. 

As empresas reguladoras do ciberespaço, acumulam influência nos interesses dos usuários da rede. Detendo controle daquilo que é postado na internet. Afetando o equilíbrio emocional dos espíritos, através da dependência midiática. desestabilizando emocionalmente quem tem o acesso, aos respectivos conteúdos, restrito. 

Mais de um século do surgimento da internet, os grandes servidores e provedores, reconhecem o poder acumulado. Tendo armazenado os registros, histórias e memórias, de povos inteiros. Restringindo e permitindo o acesso de quem for autorizado. Pelo custo que impõem. Fazendo da informação, do conhecimento compartilhado e da acessibilidade, os bens mais preciosos no Mundo Tecnológico.


Juliano Dornelles
Site pessoal www.pazdornelles.com

sábado, 20 de junho de 2015

Apresentando o piano ( e minhas recordações e ilações, junto a ele )



O piano é um instrumento nobre e apenas sua visão nos transporta aos célebres músicos eruditos tais como Bach, Mozart, Beethoven, Schubert, Liszt, Brahms. Nos vemos em salões de Viena em meio a valsas, minuetos, mazurcas. Quem ouve o som de um piano lembra de anjos dançando, de um mundo de magia onde as fadas se espreguiçam e se acordam para habitar os livros de histórias infantis.  Ou visualiza os duendes acordando os sete anões para dizer a eles que Branca de Neve está demorando para voltar para casa.

Chamo as teclas brancas de plebeias e as pretas de nobres.

Sempre pensei que somos um pouco de tudo e que necessitamos nos completar, uns aos outros. Quando as teclas pretas são chamadas para harmonizar, a melodia se torna expressiva e atinge o seu apogeu. Os tons menores precisam das teclas pretas para expressar sua tristeza. Aos tons maiores cabe expressar alegria. Os tons menores finalizam com um sentido de suspensão, algo inacabado como se faltasse mais um acorde. Os tons maiores finalizam com determinação e não deixam dúvidas de sua resolução.

Em nossa vida, ora somos Dó maior, ora Dó menor. As vezes alegres e outras tristes, mas nunca só alegres ou só tristes.

Estar feliz ou triste é uma permissão que damos a nós mesmos, por nossa livre escolha, por nosso modo de ver a vida.

Mas seja qual for a hora que estivermos vivendo a vida se nos exige continuidade e constância.

Quando nos encolhemos em nossas angústias ,sentados no chão, pendendo a cabeça sobre os joelhos, então é porque estamos nos tornando um Dó diminuto. Quando cantamos bossa nova com nova postura e um novo olhar, tentando colher as estrelas do céu, então é porque nos sentimos um Dó aumentado, em toda plenitude E, certamente, João Gilberto, Vinicius de Morais e Tom Jobim ergueriam sua taça para brindar conosco.  Quando o riso nos vem leve e solto estamos nos transformando numa escala cromática brincalhona e saltitante. Se pisarmos em ovos o andamento é lento; se andarmos rápido é presto; se corrermos na chuva de verão é prestíssimo; se cantarmos para ninar a criança nos transformamos em adágio; se sambarmos na casa de bamba, estaremos no Brasil e a gafieira pedirá passagem. Se estivermos vivendo um grande amor estaremos vivendo o Bolero de Ravel, em toda sua intensidade.

A música é criativa e nos acompanha em todos os nossos passos. Pertence a todos os povos de todos os continentes.

Tenho a felicidade de ter um piano em minha sala e acima dele uma pintura à óleo de Frederico Scheffel, um talento do Rio Grande do Sul, que fez sua fama nos países europeus. A tela remete ao Rio de Janeiro ,ano de 1951, quando lá morei com meus pais. Retrata minha mãe,no auge da beleza, aos trinta anos. Sua presença ali, junto ao piano, é um modo de tê-la comigo para dedicar-lhe as músicas que me pedia para tocar.

O piano encanta a todas as gerações É um privilégio tocá-lo, ouvi-lo, abrir sua tampa ao entardecer, para então abrir as comportas da emoção, através de um som inigualável em beleza. Quando a tampa se fecha saímos embevecidos e de alma leve, sem querer sair.

Saímos do mundo do sonho, bruscamente, ao ouvir um dos filhos, poe exemplo, gritar, inquieto:

- Mãe, precisa fazer mais feijão !

Que sensível diferença entre esses dois mundos!

Que mundo prosaico nos aguarda onde a realidade nos atropela com outros compromissos inadiáveis em nome de nossa responsabilidade e competência !

Mas a fuga também se faz inadiável:

- Filho, está pronto o feijão.

E assim dizendo volto a sonhar Chopin, o meu compositor preferido.

Katia Chiappini 
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quinta-feira, 18 de junho de 2015

Discernimento



A moralidade emerge do conflito dos desejos. Agimos majoritariamente de acordo com o que nos proporciona maior satisfação pessoal. Nas situações em que questionamos a prioridade frente ao leque de alternativas, costumamos optar pelo mais prazeroso (imediato) ou pelo mais compensador. Há situações em que nos movemos pelo prazer momentâneo (como no lazer); Enquanto há casos em que nos impulsionamos pelos objetivos a médio e longo prazos (como no trabalho, nos estudos, na reeducação alimentar e nas atividades físicas com fins de melhoramento estético e performático).

O fato é que a maturidade nos induz a escolhas mais racionais do que a adolescência. Do mesmo modo que, no período da infância, nos movemos predominantemente pelos impulsos instintivos (em formação). À medida que conhecemos os prazeres e deveres do mundo adulto, cresce a reflexão sobre o que é mais satisfatório, edificante e produtivo. Contudo, mesmo quando nos tornamos extremamente criteriosos na hora de decidir, os instintos continuam presentes na natureza animal do Sapiens Sapiens.

Decidir que decisões tomar e que escolhas fazer se torna uma atividade cotidiana. Por vezes executada dentro de um contexto de racionalidade na configuração de cronograma meticuloso e rotineiro. Ao contrário dos impulsos do instinto que surgem em tempos vagos. De algum modo, ser prudente é virtude essencial na hora de fazer escolhas. O equilíbrio entre a razão e a emoção continua sendo o melhor caminho. Discernir é um modo de agir com temperança. Assim começamos a compreender a alquimia do bom combate.


Juliano Dornelles 

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segunda-feira, 1 de junho de 2015

Categorias

Essência e Transcendência 
Pluralidade e Unidade Singular

As categorias aristotélicas estão diretamente ligadas à exploração da natureza linguística gramatical. Substância está para o substantivo do mesmo modo que qualidade e quantidade estão para o adjetivo. Neste contexto, encontramos os advérbios que exprimem tempo e lugar; A intransitividade, no estar; A passividade, no sofrer; E a voz ativa, no fazer.

Contudo, a mistura de critérios lógicos e filológicos extrapola a indicação de propriedades específicas. A unidade revela a complexidade da comunhão dos opostos, contrários e inversos; Na simplicidade da conexão entre o que aparentemente se apresentaria como desconexo.

Apesar de desconcertante a defesa de tal pluralidade singular, considerando a natureza ontológica das categorias, a física quântica nos permite crer e testemunhar a materialização física das propriedades metafísicas (pensar e sentir). A potencialização e a virtualização das faculdades cognitivas ocorre de forma conjunta, possibilitando a transcendência alquímica na essência do ser. 

Juliano Dornelles

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domingo, 31 de maio de 2015

Quando a palavra falha

Tenho assistido entrevistas com os economistas, e fico a pensar se eles querem realmente que as pessoas entendam o que falam.

A mim e a muitas pessoas com quem tenho conversado a respeito, parece que não. Será que eles, os economistas, não podem falar mais claro, de forma que as pessoas compreendam?

Falam na queda da bolsa. Que bolsa é esta? Bom, a minha pode cair que não quebra, está vazia mesmo. Falam no dólar, mas poucos no meu mundo usam esta moeda. E o euro? Bem este está ainda mais inacessível. Economia mundial, crise, países emergentes, encontros internacionais e muitas outras parafernálias para nós, de difícil compreensão. Dizem, muitos deles, como deveria ser a tal de economia global, mas não dizem o que se deve fazer para que de certo, qual o caminho melhor, o da direita, o da esquerda, ou o do meio? A mim parece que se correr o bicho pega se ficar o bicho come.
A conversa com o povo deveria ser outra, pelo menos é assim que penso.

Que tal falar no consumismo, no egoísmo, na falta de diálogo, no desamor pelo outro, na ganância... Pode parecer audácia mas acho que se os economistas começassem a ter práticas domésticas com as donas de casa, talvez não aprendessem os segredos da cozinha, a magia dos temperos mas por certo iriam aprender como se faz economia para conseguir sustentar uma família.

Acho que iriam aprender um palavreado simples como: salário, aluguel, comida, escola, roupa e outra coisinhas que nós, donas de casa conhecemos bem. Nós sim poderíamos falar da nossa economia e como fazemos para viver e guardar num cofrinho uns trocados para qualquer emergência.

Pois é, convido os economistas a pelo menos bater um papinho com a gente, prometemos nos esforçar para entender, vamos ficar atentas e quem sabe preparamos umas perguntinhas, afinal queremos entender para podermos ensinar a nossos filhos como se faz um mundo sem excessos, porém sem fome para uma vida melhor, com palavras mais simples.

Gerci Oliveira Godoy

sábado, 30 de maio de 2015

Cocktail Party

Crônica classificada no concurso Mario Quintana. Antologia 2005/2006. Sintrajufe

Cocktail Party


Ah! Mario, deves ter ficado feliz naquela noite. Teu anjo, por certo, trabalhou muito te elevando para que vices e ouvisses tudo que se passou. Melhor, acho que tu é que o carregaste, já que tens duas asas, e ele coitado, só tem uma. A outra ainda está quebrada? Bom, pergunto porque as noticias que tenho de ti são meio antigas. Como eu gostaria de ver a tua cara naquela noite. Te imagino olhando o povo que esperava para entrar no teatro. Que coisa, em Mario, tinha o homem que indignado por não poder entrar falava que era da imprensa, gesticulava sem parar, esfregava reportagens nas vidraças da entrada do teatro, todo mundo se irritou, menos tu, não é mesmo?

Devias rir daquele teu jeito irônico, afinal teu lugar estava garantido acima de nossas cabeças. E a mulher que queria saber se do lado de fora ia também ser servido o cocktail. Bom aí, acho que deu pra ouvir tua risada.

Pra mim, esqueceram de mandar o convite. Imagina então eles não sabem que te amo de paixão, que minha poesia é inspirada em ti, ora bolas. Sai preparada de casa para dizer que tu já me havias convidado. Mas não foi preciso mentir. Quando me vi sentada no teatro senti que começava a mágica, tudo o que havia do lado de fora eu esqueci. Não sei dizer se havia silêncio, só sei que para mim apenas tua presença contava. Ouvir tua voz naquele poema... Tu realmente estavas ali. E a tua musa, em Poeta? Te imaginei sorrindo, chorando, tocando seus cabelos dourados, aspirando para o fundo de teu coração cada palavra dela, colhendo em tuas mãos seus gestos delicados, naquele momento tu e ela eram um só corpo um só sentimento.

E o grande espetáculo terminou. Mas lá fora começavam os comes e bebes, muitos encontros muitos abraços e para alguns muito vinho. Imagino teu olhar brincalhão teu riso irônico ao ver a velhinha bebendo além da conta. Ou estavas ainda refugiado no coração da Bruna e nem viste o porre da velha.

Eu e minha amiga deixamos a simpática criaturinha em casa, ela nos disse seu nome, o telefone e entrou de mansinho no portão de casa. Mas agora penso, será que ela estava bebinha mesmo? Vai ver estava tonta de emoção. De minha parte, estou acostumada a beber tua poesia a muito, muito tempo. Mas o que aconteceu naquela noite só poderá ser superado se um dia minha poesia puder se encontrar com a tua .

Gerci Oliveira Godoy


terça-feira, 24 de março de 2015

Apolinário Porto Alegre ou Simões Lopes Neto: Quem iniciou o Regionalismo?


No ano em que se completam cem anos da publicação do livro Contos Gauchescos, de Simões Lopes Neto, cabe levantar a discussão que tem sido omitida e poderá passar para os anais da história literária como um equívoco, para não dizer injustiça. Para alguns meios de comunicação e também para algumas universidades, Simões Lopes Neto é o maior vulto do regionalimo gaúcho. Por causa desta afirmativa, já há muito tempo cultuada, esqueceu-se de dizer à sociedade em geral quando surgiram as primeiras obras regionalistas, que tratavam dos costumes e tradições da gente do campo, da figura do gaúcho propriamente dito. E Apolinário Porto Alegre assim se insere nesta assertiva com sua obra O Vaqueano, um romance publicado pela primeira vez nas páginas da Revista Mensal do Partenon Literário em 1872. Ali ele aborda pela primeira vez um tipo social até então ausente da literatura gaúcha: o “vaqueano” — personificado no livro pela figura de José de Avençal. Publicado pela segunda vez em 1927 pela Livraria do Globo, O Vaqueano é uma referência histórica para se entender a formação da literatura dita regionalista que tem nos Contos Gauchescos um marco definitivo.

Em Apolinário Porto Alegre, hoje, pouco se fala. A juventude gaúcha praticamente não o conhece. O busto em sua homenagem, na Praça Argentina, foi depredado há alguns anos e com o descaso do poder público, tende a permanecer desta forma. Mas foi através dele e do Partenon Literário — onde foi o principal fundador — que surgiram as primeiras manifestações regionalistas na nossa literatura. O historiador Guilhermino César em sua obra História da Literatura do Rio Grande do Sul assim determina: “Com o Partenon Literário inaugura-se o ciclo da literatura regionalista, dita gauchesca”. No romance O Vaqueano aparece pela primeira vez, como fator estético, o homem do campo, tipo social também presente em outras obras de Apolinário como Paisagens (1875) e A Tapera (1875), ambos livros de contos. Ele também usou versos regionalistas para demonstrar seu amor pelo Rio Grande (Bromélias, de 1874) e exerceu o nobre papel de educador na então Província com a fundação do Instituto Brasileiro. Consta de sua bibliografia também a publicação da Lenda O Crioulo do Pastoreio (1875). Influenciador de talentos como Múcio Teixeira e Alcides Maya, não é de se surpreender que Apolinário tenha granjeado em certo momento de sua vida até o respeito de vultos como o ex-governador Julio de Castilhos — na época estudante de Direito em São Paulo — que, precisando de subsídios para a publicação de um livro sobre a Revolução Farroupilha, solicita numa carta o seu auxilio, assim se dirigindo ao mestre: “Não me consta que haja na nossa província quem conheça mais a história da mesma do que o sr.”  Ironicamente, o fundador do Partenon Literário viria a ser perseguido pelas forças castilhistas anos depois.

Esteticamente ligado à escola do Romantismo Brasileiro, Apolinário Porto Alegre deixou suas marcas na história do Regionalismo rio-grandense como podemos ver nas obras citadas acima, hoje encontradas em sebos ou bibliotecas. Cabe-nos a reflexão: será Apolinário apenas o precursor do Regionalismo ou será, de fato, o maior vulto desta literatura regionalista? Reconhecemos o mérito de João Simões Lopes Neto, autor nascido em Pelotas — terra natal de outro grande vulto, Lobo da Costa — e que nos deixou clássicos como Lendas do Sul e Contos Gauchescos. Mas jamais devemos deixar de rediscutir uma questão que trata da formação da verdadeira literatura gaúcha. E que teve em Apolinário Porto Alegre, um dos seus maiores defensores. Quem nunca ouvir falar do Popularium Sul-rio-grandense?

Trata-se de restabelecer uma verdade ou até mesmo corrigir uma injustiça histórica. Afinal, estamos falando de primazia das letras gaúchas. E essa discussão deve ter seu amparo nos meios de comunicação e também nos meios acadêmicos. Apolinário Porto Alegre foi um dos maiores intelectuais da história deste estado. Mas a maior parte da sociedade ainda não descobriu isso.

Benedito Saldanha
Escritor e Presidente do Partenon Literário

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

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